Natascha Kampusch Passou 3096 Dias Num Cativeiro

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Natascha Kampusch Passou 3096 Dias Num Cativeiro


capa episódio 04 - Natascha Kampusch


 Natascha Maria Kampusch, nasceu dia 17 de Fevereiro de 1988 em Viena, Áustria. Hoje com 32 anos de idade, uma autobiografia escrita por ela mesma, contando como foi esses 3096 dias em que esteve em cativeiro.
Ela ficou mundialmente conhecida depois de ter sido sequestrada aos 10 anos de idade. Seu sequestro durou 3096 dias.


Antes do sequestro

Qual era a relação de Natascha com seus pais?

Natascha não tinha uma relação muito amigável com sua mãe, Brigitta Sirny, Ela descreve a mãe como uma pessoa enérgica e decidida, e que não demonstra tanta emoção, não tolerava fraquezas e detestava vulgaridade.

Já com seu pai, Ludwig Koch, ela o descreve como brincalhão, alegre e carinhoso. Não era muito focado em seu trabalho, ele era dono de uma padaria, e ele tinha um certo problema com o álcool.

Para completar a família, Natascha era a caçula, ela tinha mais 2 irmãs. Elas eram filhas do primeiro casamento da mãe.

Natascha era solitária, uma forma de combater o tédio e a solidão ela assistia a todos os canais e programas de televisão possíveis. Foi através da televisão que acompanhou várias reportagens e documentários sobre crianças desaparecidas ou raptadas e assassinadas, o que a impressionava muito.

Seus pais se separaram quando Natascha tinha apenas cinco anos, mas o divórcio só veio depois do sequestro da filha.


O Sequestrador

O sequestrador era Wolfgang Přiklopil,

Ele trabalhava com assistência técnica de computadores. As pessoas que tinham contato com ele, dizem que ele era um cara estranho. Muitos conhecidos, falavam que nunca o viram com mulheres e que ele podia ter uma aversão contra elas. Houve também boatos de que ele poderia ser gay e que não se aceitava dessa maneira.

Maníaco por limpeza e organização, tinha Mein Kampf de Adolf Hitler como um de seus livros preferidos na prateleira. Sempre falava a Natascha sobre Hitler dizendo que “ele estava certo ao mandar os judeus para a câmara de gás”. Em 11 de setembro de 2001, ficou satisfeito com o ataque terrorista ao World Trade Center, dizendo tratar-se de um “ataque à conspiração para a dominação mundial judaica”.


O dia do sequestro

Ela finalmente tinha ganhado o direito de ir sozinha para a escola. Ela cursava na época a quarta série.

Nesse dia ela teve um desentendimento com sua mãe e acabou indo para a escola sem se despedir dela, como sempre fazia, que era beijá-la e dizer que a amava muito.

Ela vai então a pé pelas ruas de Viena, Áustria. Mas no caminho ela vê um homem ao lado de uma van branca, ele estava encostado olhando as pessoas que passavam pela rua. Ela parou e ficou questionando se atravessava a rua ou se passava pelo homem. Ela decide continuar na mesma calçada, assim que se aproximou do tal homem, ele a pegou e a jogou dentro da van.

Esse foi então o dia 1 dos 3096 dias do sequestro de Natascha.


Os dias no cativeiro

Ela foi levada ao cativeiro que ele já havia preparado para receber a Natascha.

Esse cativeiro era na casa dele, onde ele havia construído uma porta de concreto que pesava mais de 150 quilos. Tal porta não deixava passar qualquer tipo de som de dentro do cativeiro.


Nos primeiros 6 meses a menina de apenas 10 anos não podia sair do cativeiro, ela então tinha que se lavar através de uma pia que tinha dentro do cativeiro. O lugar tinha cerca de 5 m², ele levava comida para a menina.

A garota usava as escadas de sua cama-beliche para pendurar suas roupas.


Ela relatou em seu livro e em entrevistas, que os primeiros meses foi um tanto quanto estranho, pois ele tentava educá-la de uma maneira que ela não havia sido educada.

E o tempo todo ele fazia uma lavagem na cabeça da menina, alegando que os pais dela não estavam a sua procura, que ninguém sabia quem era ela e que o caso dela já havia sido esquecido pelas pessoas e pelos pais dela.

Ela poderia sim acreditar em tudo que ele falava sobre seus pais. Pois ela tinha uma boa ligação com o pai, mas com a mãe era uma relação um pouco mais complicada. E como ele ficava sempre falando isso pra ela, a garota pôde ter acabado acreditando nele, mas isso não aconteceu.


Desde o momento em que os pais de Natascha percebeu seu sequestro eles nunca pararam de procurá-la.

Eles colocaram anúncios em todos os lugares possíveis, mesmo depois de anos, eles continuaram em sua busca.

Teve um momento em que as pessoas começaram a ligar o desaparecimento da menina com os pais, que eles eram os responsáveis, que eles foram cúmplices, principalmente a mãe, que não era assim tão amiga da filha.

O pai, tinha problemas com o álcool, e com o sequestro da filha, o alcoolismo aumentou. A família ficou desestruturada pois tal fato abalou a família toda.


Ele a fez cortar os cabelos bem curtos para evitar que seus cabelos caíssem no chão. Se ele encontrasse algum fio no chão ele surtava e batia nela, pois ele era maníaco por limpeza. Ela disse em seu livro que ele pediu algo a ela, e ela se recusou a fazer, ele então bateu nela ao ponto de que ela não conseguia nem voltar para dentro do cativeiro. Que ao passar dos anos o Wolfgang foi adquirindo confiança com Natascha e acabou deixando ela circular por alguns cômodos como a cozinha e a sala, ela então começou a cozinhar para ele e a limpar a casa seminua, ele a obrigava a ficar seminua para limpar a casa.

Dois anos depois ela foi obrigada a escolher um novo nome, pois ela já pertencia a ele, e o nome Natascha pertencia ao passado. Ela então escolhe o nome Bibiane.


Ela não tinha muitos amigos e não tinha muito vínculo com a mãe o que lhe sobrava bastante tempo para assistir televisão. Os interesses dela eram documentários. E o que lhe despertava mais a atenção eram os com temáticas de crimes.

A primeira coisa que ela perguntou enquanto estava na van do sequestrador foi o número dos seus sapatos, pois na cabeça dela, aquilo poderia ajudar nas investigações futuras.


Ela também foi obrigada a dormir na mesma cama que ele, caso ela discordasse ela era amarrada/algemada para dormir com ele. Ela não deixa claro se foi abusada sexualmente, ela prefere não comentar sobre o assunto. Ela então dormia com ele abraçados, ela disse que começou fazer isso de maneira espontânea para evitar dele ficar nervoso e ele bater nela.


Durante esses 8 anos de cativeiro ela tentou se matar 3 vezes. Em 2004 ela ateou fogo em papéis numa chapa usada para esquentar sua comida, sua intenção era envenenamento pela fumaça. Ela tentou também estrangulamento usando peças de roupas. E a terceira vez foi tentar cortar os próprios pulsos.


A Natascha na vida de Wolfgang foi ficando cada vez mais presente que ele acabou a levando para alguns lugares onde ele ia. A primeira vez que eles saíram juntos foi para ir a um supermercado. Onde ele ameaçou ela de todas as maneiras, falando que se ela se tentasse fazer alguma coisa ele daria um tiro na cabeça dela e depois se mataria, pois ele não tinha nada a perder e ela sabia disso, fez várias chantagens emocionais.


Ela era agredida sempre. Isso nunca mudou ao longo dos 3096 dias que ela esteve em cativeiro. Sempre que ela se negava em fazer qualquer coisa era motivo, mesmo ela alegando estar cansada.


Uma outra vez que eles saíram foi pouco antes de ela completar 18 anos de idade, ele a levou numa estação de ski. E durante esse passeio, se posso dizer assim, ela pede para ir ao banheiro, Wolfgang a leva e fica na porta, e antes de ela entrar no banheiro ele a ameaça de todas as maneiras possíveis, como sempre. Ele fica ali na porta esperando ela sair. Lá dentro Natascha encontra uma mulher, e ela começa, a sorrir para essa mulher da mesma maneira que suas fotos de quando era criança, assim a mulher poderia ver que ela era Natascha Kampusch, mas a mulher apenas sorriu de volta, ela então fala que ela era a Natascha Kampusch, mas a mulher não entende nada e sorri de volta e sai do banheiro. O mundo de Natascha nesse momento desmorona, ela começa a acreditar no que Wolfgang falou, que ninguém mais lembrava dela, que ninguém a procurava. Mais tarde descobriram que essa mulher era holandesa e não entendia nada que ela falava.


Erros nas Investigações

Havia uma menina de 12 anos de idade que presenciou o sequestro.

Ela disse a polícia que viu quando Natascha foi raptada, ela então quando perguntado pela polícia, Disse que viu 2 homens colocando Natascha na van. Mas a polícia nunca pediu um retrato falado, ou uma descrição do Wolfgang a garota. Anos depois quando Natascha consegue fugir e as imagens de Wolfgang foram divulgadas pela mídia, a menina diz que se perguntassem a ela, ela saberia exatamente descrevê-lo na época. Com esse fato o sequestro acabaria muito antes dos 8 anos.

Então a polícia começou a procurar por vans para revistar. Mas um outro ERRO fatal foi que eles anunciaram tal procura um dia antes para a população, alertando assim o Wolfgang a se livrar de qualquer prova que poderia ter em sua van. Ele chegou a ser revistado, onde sua van estava cheio de restos de construção e ele alegou reformar a casa e que usava a van para transportar tais materiais e entulhos. A polícia acredita, não faz mais perguntas e o libera.


A Fuga de Natascha

No dia 23 de agosto de 2006. Os dois estavam limpando a van, no momento em que Natascha está passando o aspirador de pó dentro da van, o celular de Wolfgang toca, mas pelo barulho do aspirador ele não consegue entender muito bem a ligação e se afasta do barulho. Sem pensar, Natascha larga o aspirador e sai correndo da casa.

Ela correu por cerca de 200 metros e avistou um grupo de pessoas e pediu o celular de um deles, mas eles disseram que não tinham. Ela corre mais e para na porta de uma senhora, ela diz que é a Natascha Kampusch, que estava sequestrada e pede ajuda. A senhora de 71 anos de idade, diz para a Natascha se afastar do portão dela e que não era pra ela pisar na grama e que ela ligaria para a polícia. Dois jovens policiais atenderam ao chamado e, para surpresa de Natascha, a mandaram ficar parada com as mãos para o alto. Perguntas rápidas foram feitas e ela foi levada pelos policiais à delegacia.

Foi aí então que o sequestro de Natascha Kampusch chegou ao seu fim.


Como foi sua volta a realidade?

Com sua liberdade muitos começaram a especular opiniões pra lá de imbecis. Durante as idas aos mercados, lojas de materiais de construção ou a estação de ski, eles dizem que ela poderia sim ter pedido ajuda, que ela poderia ter gritado pois ele não seria rápido o suficiente para matá-la. O que as pessoas não veem é que ele andava armado, ele fazia uma lavagem cerebral nela e ela não pensava nessas coisas ela tinha medo do que ele era capaz, ela apanhava dele constantemente a ponto de não conseguir andar.

Após a ligação Wolfgang a procura pela casa e não a encontra, ele liga para um amigo que tinha, se despede dele e se mata, entrando na frente de um trem.

Quando Natascha é avisada de sua morte, ela começa a chorar, disse que estava sensibilizada com sua morte. E isso repercutiu muito na mídia mundial, pois ela estava chorando pela morte de seu sequestrador, e isso chocou muitas pessoas.

Mas se parar pra pensar, ele a alimentou por mais de 8 anos, ela passou boa parte de sua vida com ele. Acho eu, natural essa empatia pelo cara. E ela não tinha assimilado tudo o que houve em sua vida ainda, pois ala tinha apenas 10 anos quando foi sequestrada e passou 8 anos com ele.


Vida depois do sequestro

Ela ganhou na justiça o direito de comprar a casa onde ficava seu cativeiro. Ela comprou a casa, para evitar que a casa virasse um ponto turístico ou algo bizarro do tipo.

Foi até levantado sobre a hipótese dela ter a síndrome de Estocolmo, mas tal hipótese foi desmentido por ela, e diz que achar o caso dela se encaixa em tal síndrome é ofensivo.

Quando ela saiu do cativeiro, parou pra ver o que realmente tinha acontecido em sua vida nos últimos 8 anos. Só quando ela começou a escrever o livro fez com que ela visse realmente as barbaridades que ela sofreu nos últimos 8 anos de sua vida.

Ela vive da renda das vendas do livro e também das entrevistas que ela dá sobre o caso. Ela ganhou também um talkshow, mas o programa teve apenas três episódios.

Em seu livro ela fala sobre todas as agressões que ela recebeu de Wolfgang.

Há um filme que foi baseado no livro onde ambos tem o mesmo nome, 3096 dias.


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